RESULTADOS
DADOS ADICIONAIS
Os resultados obtidos foram divulgados, sempre que necessário ao Serviço de Avisos Agrícolas do Entre-Douro-e-Minho, possibilitando a calendarização dos tratamentos obrigatórios contra o S. Titanus com recurso a dados fiáveis. Em 2019, Scaphoideus titanus Ball e Dictyophara sp. estavam presentes nas bordaduras de cinco parcelas de vinha. Nas armadilhas colocadas, outras das espécies capturadas foram: Dictyophara sp., Philaenus sp., Neophilaenus sp., Cercopis sp. e Cicadella sp.
É importar notar que foi observada em abundância a presença de cicadelídeos Macropsis sp, em todas as parcelas, sendo necessário proceder a mais estudos para detetar algum tipo de correlação. Outras espécies de vetores putativos estão a ser avaliados.
ATENÇÃO: É necessário despistar através de análises laboratoriais a presença da Flavescência Dourada, uma vez que os sintomas se podem confundir com outras doenças como a do vírus do enrolamento (GLRV3).
NºAMOSTRA
GLRV3 NEG
FD POSITIVO
Resultados obtidos pelo INIAV na sequência das amostras enviadas pela AVITILIMA
Como referido anteriormente, estas amostras foram colhidas de material vegetal com sintomas aparentes de FD. A maioria das amostras confirmou o diagnóstico de Flavescência Dourada, com exceção da amostra SB 22, que exclui a presença de vírus do enrolamento e da FD. Para essa amostra, talvez seja necessário proceder a mais análises para concluir sobre qual o problema fitossanitário presente. É possível também observar que a amostra SB 4, embora positiva em relação à FD, não foi conclusiva em relação ao GLRV3.
Também foram realizadas “batidas” na vinha e hospedeiros alternativos, um método que se revelou pouco eficaz, sendo substituído pelo método de captura por aspiração em 2019. Devido a constrangimentos na conceção do “aspirador”, apenas foi realizada uma aspiração nos vários locais de estudo. Ambos os métodos se revelarem sem sucesso na captura do principal inseto vetor desta doença.
A análise conjunta dos mapas com a informação dos gráficos permite verificar que para o período de 2007 a 2013 se verifica um incremento exponencial do número de freguesias, enquanto que no período de 2013 a 2021 este aumento é mais linear.
A explicação para esta diferença reside na explicação dada para a diferente metodologia de prospeção usada nestes dois períodos. Segundo a DGAV (2018), com a introdução do conceito da ZIP na metodologia de prospeção, os novos pontos detetados correspondem provavelmente a pontos desconhecidos, mas onde já estaria a doença.
Entre 2013 e 2014, verifica-se ainda um grande aumento no número de freguesias positivas, que segundo a DGAV (2018) se deve ao facto de que se definiu nessa altura que a prospeção fosse também dirigida para as zonas entre ZIP’s, o que revelou a existência de Flavescência nesses espaços e o que leva a crer que já estivessem infetados.
Número total de freguesias positivas para a doença da Flavescência dourada em Portugal por ano entre 2007 e 2021
Diferença do número de freguesias positivas para a Flavescência dourada de um ano para o outro
Abaixo estão representados os mapas com o número de tratamentos fitossanitários obrigatórios ao inseto vetor Scaphoideus titanus ball em casa freguesia entre 2021 e 2022:
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devem ser realizados três tratamentos ao inseto vetor nas freguesias com presença de S.titanus e de Flavescência dourada;
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dois tratamentos nas vinhas das freguesias pertencentes às ZIP de zonas menos problemáticas (sem registo de focos de infeção e com níveis populacionais do inseto mais reduzidos);
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um tratamento em freguesias com presença de S. titanus mas sem presença de Flavescência dourada para controlo da praga de forma a que os níveis populacionais não atinjam valores muito elevados e para evitar a sua dispersão a novas zonas.