RESULTADOS
IMPORTÂNCIA DA MONITORIZAÇÃO
Como já foi referido, a doença da Flavescência Dourada exige vários tratamentos para garantir o controlo do vetor. Estes tratamentos têm algum impacto nos custos de uma exploração, reduzindo o rendimento dos viticultores.
No entanto, apesar dos tratamentos nas parcelas de videiras, foi confirmada a presença de S. titanus nos limites das vinhas (bordaduras). Embora não aparente ter relevância a presença deste vetor no interior das parcelas, os dados (gráfico 1 e 2) indicam que a eliminação dos tratamentos poderá levar à reemergência da doença nessas vinhas de uma forma perigosa. Deste modo, a redução dos tratamentos deve ser acompanhada pela intensificação da monitorização, permitindo o aumento do rendimento dos viticultores não apenas dela diminuição do uso de pesticidas, mas também pela diminuição do risco da emergência da doença.
Gráfico 1: Capturas identificadas pela AVITILIMA por Exploração
Gráfico 2: Capturas anuais identificadas pela AVITILIMA
No material vegetal recolhido também foi identificado a presença do grupo de fitoplasmas 16Sr(V), no qual está enquadrada a Flavescência Dourada (Quadro 1). Também foram identificados fitoplasma de Alder yellow (AldYp) em folhas e flores de Alder (Alnus glutinosa) e em folhas e flores de amieiro (Alnus glutinosa) em duas vinhas. A Primavera parece ser o melhor período para detectar o grupo16Sr (V) em Alnus glutinosa. Já para Ailhantus althissimus é Outubro (a caracterização molecular encontra-se em curso).
PLANTAS
NºAMOSTRAS
RESULTADOS
POSITIVOS (16SR(V)
Quadro 1: Resultados para a análise de Fitoplasmas do grupo 16Sr(V) nas várias espécies presentes na bordadura das vinhas
SUGESTÕES
Na presença de S. titanus numa área de surto de FD, a prospeção deve ser estendida aos hospedeiros secundários (Ailanthus altissima, Alnus sp., Salix sp, Clematis vitalba) e aos vetores ocasionais de FDp identificados no FD CONTROLO (Dictyophara europaea, Orientus ishidae, Phlogotettix cyclops, Oncopsis alni), existentes em zonas não tratadas, nas áreas adjacentes às vinhas, a fim de evitar a disseminação e transferência de FDp desses reservatórios para videiras.
Colocar armadilhas nas bordaduras e na vizinhança das parcelas para monitorização do S. titanus, de forma a otimizar a aplicação dos inseticidas e impedir a ocorrência de novos focos de infeção da FD.
Eliminar os focos de infeção existentes através da prospeção sistemática dos sintomas da FD, realizando a marcação e posterior destruição por queima das videiras doentes.
O arranque de Ailanthus altissima e Vitis sp. abandonadas, na área circundante das parcelas de vinha deve fazer parte das boas práticas culturais a implementar em toda a Região, visando um melhor controlo da doença da Flavescência dourada.